sexta-feira, 4 de setembro de 2009

35) Ô (Lancôme)




MAIS DE 30 ANOS DE FRESCURA




Após a sua criaçao, em 1969, o perfume Ô de Lancôme passou a ocupar um lugar à parte. Começando logo pela descoberta simplicíssima do nome, que simboliza o acordo perfeito entre o contentor e o conteúdo. Isto porque se trata verdadeiramente de uma "água"! Algo que apenas o "ô" com acento circunflexo da Lancôme poderia sintetizar de forma tao bonita: hoje em dia, o Ô de Lancôme cresceu levemente, tornou-se oval e inscreve-se mais largamente no estojo e no frasco do que por altura do seu lançamento. Porém, se o traje é novo, a cabeça, o coraçao e o fundo permanecem intactos.

Ô deve a sua surpreendente frescura a uma fórmula mágica. O começo é hespérídeo: a bergamota, o limao e a tangerina unem-se à laranja. Em seguida, impoe-se um coraçao vegetal, no qual vibram em uníssono o jasmim, o majerico, o coentro e o alecrim, com uma pitada de madressilva. Por fim, insinua-se o fundo, entre musgo de carvalho, sândalo, civete e vetiver. Designado naturalmente como um hesperídeo, floral, chypré, Ô marca principalmente uma data importante na história do perfume, pois, pela primeira vez, conseguiu-se fixar, durante a fabricaçao, a nota hesperídea, normalemente bastante volátil. Deriva disso a forte impressao de frescura que se impoe...há mais de trinta anos e que fez de Ô , no ano 2000, a primeira eau fraîche feminina do mundo. Fiel à luz amarela e verde de que se reveste desde sempre, embora renovada na apresentaçao do frasco luminoso e cristalino, do qual o verde-escuro desapareceu para dar o lugar a um verde mais fresco e leve, Ô dura e perdura perseverantemente.


quinta-feira, 3 de setembro de 2009

34) Jean- Louis Scherrer (Jean-Louis Scherrer)



UM GRANDE CLÁSSICO MODERNO

Foi ao trabalhar com Christian Dior, pouco antes do falecimento deste, que Jean-Louis Scherrer descobriu tudo o que a alta-costura comporta de luxo, de técnica e de criaçao. No seguimento de uma viagem ao Japao de uma volta ao mundo, que lhe permitiram verificar a influência da moda européia, instalou-se em Paris, em 1962, como criador de moda, passando a contar como clientes, logo desde a primeira coleçao, com as personalidades certas que fazem a reputaçao de uma casa. Após se ter estabelecido na Avenue Montaigne, mostrou-se fielmente ligado a uma imagem de marca, a do artesanato francês mais nobre. Depois de ter assinado um acordo com Harriet Hubbard Ayer para lançar um perfume que desejava que fosse de grande tradiçao e de grande qualidade, Jean-Louis Scherrer apresentou-o oficialmente nos Jardins du Cercle, no mês de Julho de 1979. A exemplo da moda lançada pelo seu criador - do qual se disse que dava às mulheres "a segurança da elegância contemporânea" -, Jean-Louis Scherrer é um perfume de alta-costura bastante original, um grande clássico moderno, apresentado num suntuoso frasco hexagonal facetado, desenhado pelo artista Serge Mansau. O anúncio na imprensa deste primeiro perfume feminino de Jean-Louis Scherrer dava à fragrância a imagem da grande "classe" do gesto milenar feito pela mulher, vestida, maquiada, com uma safira no dedo, tocando no pescoço com a tampa de cristal tirada do frasco para depor uma gota sobre a pele. De uma riqueza insolente e persistente, esta fragrância - cabeça floral e corpo animal - deriva da associaçao subtil de cento e cinquenta componentes, entre as quais se encontra a tangerina de Sicília, o gálbano do Ira, a íris de Florença e a rosa de Bulgária, o musgo da ex-Jugoslávia e o sândalo de Maizuro, o patchuli das Seychelles, sem esquecer o âmbar selvagem e sensual.




Como um vestido impecavelmente cortado, o perfume nao trai a mulher que o usa.












J.L. Scherrer (à esquerda), um criador que inaugurou um estilo feito de sobriedade e elegância, como se pode ver na linha do frasco do seu perfume (acima).