sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

36) Eau Sauvage (Christian Dior)



Quando Edmond Rodnitska compôs Eau Sauvage, em 1996, dez anos depois de Dioríssimo ( e sem esquecer a nota de lírio-do-vale que faz a característica do grande perfume feminino da casa), começou por imaginar que se trataria de uma fragrância feminina. Simultaneamente delicado e presente, propondo a audácia (para um perfume destinado aos homens) de notas floridas, até então ausentes das águas de toilette masculinas, Eau Sauvage impôs-se com uma magistral rapidez. "A forma do Eau Sauvage", analisa o criador, "é a de um chypre tratado com o mesmo rigor depurativo do Dioríssimo". Como ambicionava secretamente, Eau Sauvage iria ter por admiradores tanto os homens como as mulheres, inscrevendo-se, comsequentemente, a partir de 1956, como o chefe de fila das águas de toilette "mixtas" às quais estava prometida uma longa carreira. Com efeito, quando o Eau Sauvage foi lançado, toda a gente começou a usá-lo, ainda por cima numa época em que, devido às preocupações ecológicas, se começava a aplaudir tudo o que falasse de pureza natural e de natureza "selvagem". Sinônimo de frecura, de simplicidade, mas igualmente de elegância discreta, Eau Sauvage beneficiou ainda de uma invenção tecnológica: Edmond Roudnitska inouvou ao utilizar na respectiva composição a hedione, uma substância que tem o poder de valorizar as notas que a acompanham. Com a idade de quarenta anos, Eau Sauvage, primeiro perfume masculino da casa Dior, continua a caracterizar-se por uma modernidade absoluta. Foi o primeiro perfume masculino mais vendido no mundo durante os últimos 30 anos (assim como o que as mulheres mais compravam), determinado pela audaciosa ilustração de René Gruau: um homem nu a sair do banho, de pé, que se vislumbra atrás de uma porta preta entreaberta.

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