domingo, 2 de agosto de 2009

30) Loulou (Cacharel)
















DE CANDURA E DE MISTÉRIO

Depois do golpe de gênio de Anaïs Anaïs , em 1978, pretender reiterar um segundo golpe de gênio poderia parecer loucura. Ora, verificou-se que Loulou, laçado em 1978, venceu o desafio de se impôr entre os florais orientais, mais sensuais, mais misteriosos. O seu bilhete de identidade fez aparecer, além do jasmim e da flor de laranjeira, o heliotrópio, a fava-tonca e o almíscar, essa essência envolvente que tem o nome de ilangue-ilangue, assim como os aromas exóticos, suaves e acariciadores, da baunilha e a flor de tiaré. O langue-ilangue, flor amarela-clara, de pétalas compridas e finas, hoje em dia encontra-se praticamente por todo o lado, cúmplice permanente dos perfumes florais ou ambarinos.
Em Loulou, confere-lhe um estremecimento mais sensual. A baunilha, aroma "paradisíaco" dos sonhos baudelairianos, confere igualmente uma calidez profunda ao perfume, uma abertura suave que percebemos sem hesitar.

Sarah Moon, fitógrafa inglesa encarregada das campanhas publicitárias da Cacharel, irá, no que se refere a Loulou, além da ternura evanescente de Anaïs Anaïs ao escolher uma silhueta aureolada de tons azulados de mulher mais audaciosa, mais elegantemente palpitante, feita de candura e de mistério, em volta da qual se murmuram confidências. Mais uma vez, a osmose é total entre o perfume e a imagem deste. Nao terá sido por acaso que foi escolhido o nome de Loulou: nao evocará de imediato o perfil lendário, mas tao moderno, da atriz Louise Brooks e a sua personagem simultaneamente voluntariosa e frágil?

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