quarta-feira, 15 de abril de 2009

14) Gardénia (Chanel)


O GRANDE PRINCÍPIO DA INOVAÇAO

As grandes flores odoríficas da gardênia, muitas vezes brancas ( e que devem o nome a um botânico escocês de patronímico predestinado, pois que se chamava Garden), nao costumam ser utilizadas tao frequentemente na perfumeria como a rosa, o jasmim, o lñirio-do-vale ou a tuberosa. Mesmo assim, em 1925 e do indispensável Cuir de Russie de 1924, Mademoiselle impôs um magistral unifloral, tanto mais surpreendente quanto, na época, estavam mais na moda os perfumes ambarinos, com aroma a especiarias, quentes e por assim dizer exóticos e coloridos. Depois de ter iniciado a era enfeitiçadora dos perfumes de alta-costura, impôs, com Gardénia, um perfume floral, terno e sedutor, em que se encontram, em torno da predominante gardénia, toques de coco, de violeta e de baunilha, toques estes conferidos pelas fragrâncias de síntese, que transmitiram alma e modernidade a todos os perfumes criados desde o início do século XX. Coco Chanel atravessou este século com classe, com golpes de tesoura e de idéias inovadoras. A sua definiçao de elegância é muito simples: "a liberdade de nos movermos". "Era jovem e tinha a audácia de o parecer", lê-se precisamente em Les Mémoires de Coco,de Louis de Vilmorin. Todavia, a elegância é também pontuar justamente um porte com os pormenores que fazem a diferença: jóias falsas e perfumes verdadeiros. Tal como Gardénia, que, mesmo menos conhecido do que os célebres Chanel Nº5 e Nº19 (o último perfume lançado no tempo de Gabrielle Chanel), ocupa, nesta mesma veia floral, um lugar de escolha na fabulosa herança dos perfumes Chanel.

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